A tecnologia SDN (software defined networking, ou redes definidas por software) já está trazendo profundas mudanças no mercado de redes cujo impacto definitivo talvez seja totalmente absorvido nos próximos anos. Para se ter uma ideia, o movimento tem sido tão importante que é comparado, por alguns analistas do setor, ao movimento de mudança dos mainframes para UNIX, tamanho impacto nos custos, na arquitetura das soluções e na cultura de IT.

E isso ocorre porque os avanços na década passada trouxeram a demanda para que tudo esteja online: a interação com os consumidores passou de uma presença estática na rede para as transações online, as redes sociais, os vídeos sob demanda, os streamings de música etc. Ou seja: a presença online mudou de forma radical a exigência de recursos redes: a disponibilidade deve ser 24×7, sem interrupções, ou problemas de velocidade, de acesso etc.

De uma perspectiva global, o SDN permite às organizações comprar o hardware independentemente do software que irá suportá-lo, o que possibilita um planejamento bem mais acurado da arquitetura de rede, desde a sua base, até mesmo o provisionamento de novas tecnologias, já que é possível integrar novos equipamentos sem ter que fazer um upagrade de software. A conta, claro é bem menor: os projetos de tecnologia da informação baseados em SDN poderão custar entre 20% e 40% menos do que custam atualmente.

Ou seja, será possível pagar menos pelo hardware, que com o SDN vira uma commodity, sendo compartilhado de forma virtual, e ainda economizar tempo e dinheiro nas fases de projeto, implementação e trouble shooting.

A mudança acontece, também, em termos de governança. O SDN permite que a gestão do fluxo da rede saia das mãos dos administradores de rede e integre, também, os administradores de sistemas, já que muitas tarefas como controle de qualidade e priorização de tráfego são feitas no software. Entretanto, da mesma maneira que há uma expansão de quem pode administrar uma rede SDN, mais controles e gestão são necessários.

Impactos na gestão de ativos

O SDN também muda radicalmente a forma com que administradores fazem a gestão de ativos de rede, tanto do ponto de vista do procurement, como da perspectiva do ciclo de vida do hardware. Para quem administra redes SDN, o investimento de tempo será muito mais em administrar licenças de software do que do que na compra e reposição de ativos de hardware.

Mais do que isso, o maior desafio das redes baseadas em hardware hoje é que os silos dos fabricantes tendem a se diluir com a SDN. Ou seja: se um determinado hardware só pode ser controlado por seus software proprietário, as redes SDN trazem consigo a característica de integração de diferentes fabricantes  controladas em uma única camada de software, cujo protocolo de comunicação também é único. A longo prazo, os benefícios para o negócio incluem a simplicação das configurações e a gestão das redes.

A pergunta final que você esteja se fazendo agora talvez seja: “Será que SDN também é para a minha empresa?” É uma tecnologia em crescimento, inovadora, e que ainda terá outros desdobramentos e desenvolvimentos a longo prazo, especialmente para outras aplicações. O mais importante é: se na sua empresa o próximo passo a nuvem então, definitivamente, SDN é para você.