por Douglas Falsarella, gerente de redes da Broadtec

O mercado de SDN vai vivenciar um grande boom nos próximos anos. De acordo com estimativas da IDC, a tecnologia deverá se expandir 733%, passando de US$ 960 milhões, para mais de US$ 8 bilhões em 2018. E isso porque as redes definidas por software trazem um conceito totalmente diferente: não é a apenas o produto, ou a caixa. É toda uma solução baseada na arquitetura da nuvem, o que vai muito além das tradicionais vendas que acontecem hoje no mercado de TI em geral.

Para entendermos a complexidade do SDN, é necessário compreender que essa tecnologia em especial transforma a tradicional venda da “caixa” – o hardware, com seu software proprietário, ou seja um sistema fechado, em uma proposta aberta e que claramente dá um salto, se estabelecendo entre os tradicionais sistemas legados, de um lado, e as avançadas plataformas na nuvem, de outro.

E, por incrível que pareça, a inovação começa justamente na “caixa”. Quando há uma descontinuidade, e um salto na evolução do produto, é que vem a inovação em termos de emprego da tecnologia, e até mesmo mentalidade das pessoas. Métricas típicas para se avaliar a inovação quando se trata de equipamentos de rede estão relacionadas a fatores como latência, densidade de portas, capacidade de transmissão de dados e escala além, é claro, de um sistema operacional robusto que possa gerir a tecnologia.

Exemplos não faltam: a série Catalyst da Cisco, lançada na década de 90, o Big IP da F5, e o data anlytics da Splunk, que surgiu na última década. Fabricantes com produtos  realmente inovadores são pioneiros e líderes super competitivos em seus mercados e geralmente estabelecem tendências, ao invés de simplesmente segui-las. E essa curva é necessária na tecnologia, pois traz benefícios críticos ao negócio, além de ter a capacidade de reduzir o CAPEX em TI.

E nesta década em especial,  houve um avanço enorme nas plataformas, e a inovação mais uma vez estabeleceu uma descontinuidade. Exemplos não faltam: Palo Alto Networks em segurança, Vmware com a virtualização, Workday, que trouxe um SAAS baseado na nuvem. Todas essas empresas foram além do produto, e estabeleceram uma categoria. Essas empresas agora são multidimensionais, já que suas plataformas podem ser utilizadas em um número enorme de casos para prover agilidade ao negócio.

Um diferencial dessas empresas – e também um ponto comum entre elas – é que elas evitam qualquer inovação que incremente o que já existe, e preferem redefinir sistemas operacionais e práticas do passado. Eles operam de forma consistente utilizando técnicas de processamento distribuído, corrigem problemas rapidamente, e tem uma abordagem totalmente inovadora no que tange à desenvolvimento interno e entrega de serviços ao cliente.

O SDN surge, justamente, unindo essas duas pontas: a inovação no produto e na plataforma. Com o advento do Linux e DevOps, big data, storage IP, business analytics, OpenStack, entre outros, o SDN torna-se também uma inovação que descontinua o ciclo natural do desenvolvimento das tecnologias para rede, que vai além do sistema legado.

Sistemas SDN hoje representam uma melhoria dramática em termos de custo da operação, resiliência do sistema e disponibilidade da rede. Esses fatores, combinados aos conceitos de software livre e plataforma aberta, coloca as redes definidas por software anos à frente de seus competidores. Cabe aos gestores de TI, agora, compreender a curva de inovação do seu negócio e usar os anos à frente do mercado a seu favor.