Conceitos como redes definidas por software (SDN) e virtualização das funções de rede (NFV) estão mudando a maneira como as empresas de telecom projetam e gerenciam suas redes, abrindo novas oportunidades de entrega de serviços. Agora as empresas têm de se apressar para fazer os ajustes necessários na maneira como fazem negócios.

A promessa da SDN para as empresas de telecomunicações é, principalmente, melhorar o gerenciamento e a flexibilidade da rede, incluindo a gestão da automação do tráfego, engenharia de banda e a habilidade de ter uma rede sob demanda que se ajuste às necessidades dos clientes.

SDN e NFV também estão criando novas oportunidades de mercado, porém, é preciso entender que são conceitos e não tecnologias que, por si só, geram receita. Trata-se de uma nova maneira de arquitetar redes que permite gerenciar infraestrutura e entregar serviços de uma nova forma.

O NFV é o suporte para definir serviços como VPN, WAN, detecção de intrusão, firewall e assim por diante. Trata-se de virtualizar funções que antes eram desempenhadas por dispositivos físicos. Agora elas podem ser definidas por software, se tornando então serviços geradores de receita.

Exemplos de como as empresas de telecom estão usando SDN e NFV

A AT&T, dos Estados Unidos, tem feito uma transição agressiva de sua infraestrutura para o gerenciamento virtualizado de rede. Seu serviço de rede sob demanda, por exemplo, é capaz de consumir banda da mesma maneira como consumidores consomem serviços na nuvem: escalando de acordo com suas necessidades, de maneira dinâmica e em tempo real.

A NTT Communications, do Japão, começou a usar SDN há cerca de cinco anos para gerenciar interconexões entre seus próprios data centers. Recentemente a tecnologia passou a ser um produto corporativo: a infraestrutura de SDN suporta serviços na nuvem privada global da NTT, entregue por meio de 130 data centers espalhados em vários países do mundo.

A empresa japonesa atualmente oferece serviços de nuvem privada a algumas das maiores multinacionais do mundo.

E como estamos no Brasil?

Durante a Futurecom 2015, realizada em outubro deste ano, operadoras brasileiras mostraram que também estão avançando na adoção de SDN e NFV com o objetivo de obter maior flexibilidade e agilidade no desenvolvimento e na entrega de serviços.

A Tim Brasil, por exemplo, revelou que está realizando NFV e SDN em sua rede para 2020. Para a empresa, o maior obstáculo são as redes de legado, que limitam a inovação e o time to market.  A Telefônica também está avançando em virtualização e prevê alcançar 30% da rede virtualizada em 2016, como parte de seu programa global Única. A Vivo, filial da Telefonica no Brasil, está realizando provas de conceito de NFV.

A Oi está realizando pilotos de SDN e NFV e deve capacitar suas áreas de engenharia e operações de redes de telecomunicações.

*Douglas Falsarella é gerente de produtos da Broadtec.